Encontrar alguém que não vemos há muito tempo provoca invariavelmente o mesmo sentimento que remexer em coisas antigas, aquela carta, aquele postal, aquela foto antiga…
Foi assim também comigo.
Encontrei-o por acaso no caminho para casa. Cumprimentamo-nos. Sorrimos, um sorriso grande e aberto que estampava de parte a parte o prazer que estávamos a sentir por nos reencontrar-mos.
Cada um de nós trazia consigo uma parte da vida do outro.
Conversas cordiais, casaste, tens filhos, onde trabalhas, o que fazes, onde moras, tens encontrado mais alguém, eu ainda falo com A, que giro, tu ainda falas com B.
Penso que como a mim, no meio de tanta conversa da treta pela sua mente lhe passaram imensos flash backs do passado que vivemos em comum.
Despedimo-nos com o mesmo sorriso, e tal como eu, ele levava no rosto a nostalgia de algo que já não somos.
Inevitável, no resto do caminho para casa venho a recordar-me de tanta coisa que julgava esquecida, tanta parvoíce, tanta brincadeira, tantos sonhos, tantas desilusões.
Isto passou-se há uns dias, e ontem ao visitar com o resto dos pais, as instalações da escola do segundo ciclo para onde o meu filho vai a partir de segunda feira, a mesma onde eu também andei, dou comigo novamente a recordar tanta coisa.
É giro olhar para trás. Nostálgico por certo, mas giro.
Cheguei até aqui.
Claro que já tinha dado conta há muito que estou mais velha, e isso continua a não me incomodar, o que me incomoda é que me lembrei que ainda há uma meia dúzia de coisas que jurei a mim mesma que fazia e ainda não fiz.
E isto quer dizer que está na hora de voltar a arregaçar as mangas… vamos lá.
Ena isto hoje até parece um blog. Risos.